Pai revela que filho ligou poucos dias antes do acidente fatal em treino para a Olimpíada.
Nodar Kumaritashvili, atleta georgiano do luge, estava com medo da pista onde competiria pelos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, no Canadá. Na última sexta-feira (12), durante os treinos para a competição, Kumaritashvili, 21 anos, morreu após perder o controle de seu trenó, voar para fora da pista e chocar-se contra um pilar metálico.
A revelação do temor do atleta foi feita por seu pai, David Kumaritashvili, em entrevista ao Wall Street Journal.
- Ele me ligou antes dos Jogos e disse: "Pai, estou com medo de uma das curvas".
David Kumaritashvili afirmou que o filho sonhava em ser um atleta olímpico e lembrou que ele ainda poderia competir em mais duas olimpíadas.
- Disse para ele colocar as pernas no gelo e diminuir a velocidade. Mas ele respondeu que, se ele começasse o percurso, iria até o fim. Ele era corajoso.
A Federação Internacional de Luge colocou a culpa pelo acidente no próprio atleta, que teria cometido erros em sua descida, e não em possíveis deficiências na pista, a mais rápida do mundo.
Mas, após a morte de Kumaritashvili, duas mudanças deixaram a segurança da prova em dúvida: uma parede foi construída onde o atleta georgiano voou e também o tamanho do tobogã foi diminuído.
Segundo Josef Fendt, presidente da federação, não era esperado que a pista fosse tão rápida, mas após uma análise foi confirmada que ela seria segura.
A reportagem do Wall Street Journal ainda repercutiu a morte na cidade de Kumaritashvili, Bakuriani, na Geórgia. Pessoas próximas ou que conheciam o atleta culpam a pista pela tragédia.
Até mesmo o presidente do país, Mikheil Saakashvili, citou o perigo da pista construída para os Jogos de Vancouver.
- Eu não sei todos os detalhes técnicos. Mas uma coisa é clara: nenhum erro em qualquer esporte deveria levar um atleta à morte.